domingo, 9 de agosto de 2009

@ CANARINHO


CANARINHO
A tragédia de Sarriá - 1982

O craque Falcão vibra muito depois de empatar o jogo contra a Itália.A Bruno correu para os braços de Zico, que o abraçou forte e lhe deu três beijos. Depois, virando o rosto para Sandra, sua mulher, cruzou com ela um silencioso olhar de desolação. Não havia nada a dizer. O Saguão do Estádio de Sarriá, em Barcelona, estava cheio de gente, mas o que se via eram apenas policiais de gestos espantados e jornalistas de rostos pálidos que tentavam encontrar alguém que respondesse a uma pergunta: por que perdemos ? Naquele momento, quando o mais sufocante calor deste verão ainda castigava a capital da Catalunha, Paolo Rossi passou correndo por Zico, sem sequer notá-lo, com um sorriso tão grande que seu rosto parecia subitamente crescido. Atrás dele, outros jornalistas também lhe fazia uma pergunta sem resposta: “come há fatto l’Itália a battere il Brasile ?Na verdade, havia uma solução aparentemente simples para o enigma de uma tragédia que atingira o futebol brasileiro com o impacto surpreendente de um soco desferido à traição. Ela talvez tenha sido dada um pouco antes pelo treinador Telê Santana, ao transformar em dolorosas, realistas palavras o sentimento de perplexidade que tomara conta dos jogadores, das 40 mil pessoas e, sobretudo, do povo brasileiro.
“Não somos imbatíveis. Eu sempre soube que no dia em que cometêssemos falhas e essas falhas fossem aproveitadas pelos adversários, nós perderíamos. Infelizmente isso aconteceu diante da Itália”.
..............................................................Jp

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